sexta-feira, 28 de março de 2014

E me veio uma lembrança tão forte... Chorei de saudade...

Eu não posso sentir, eu não devo sentir... Mas eu sinto...

Lembrei de quando tudo era diferente...

De quando eu não queria mas quis, de quando eu não devia mas aceitei...

De quando me perdi e o achei...




quarta-feira, 26 de março de 2014

Lembrando de uma despedida...

Ao olhar essa imagem me lembrei de tanta coisa...

Primeiro lembrei do filme, onde a "Fera" tenta conquistar o sentimento da "Bela"... E todos os dias ele pergunta: "Você me ama Bela"... E ela diz: "Não Fera"... Pensei em mim (em nós)... Eu, "a Fera", tentando ter o sentimento de alguém que também é "Belo" e que não tinha por mim um sentimento de mesma proporção... Só que a minha história não tem "final feliz"...

Quando me vi ali, sentada na rodoviária, esperando o transporte pra "vida nova" e o vi ali, com nossa pequenina nos braços meu coração deu um nó... Era chegada a hora do "adeus", embora eu jamais tenha sonhado esse dia... E como doeu... Ele falava comigo mas seu semblante não demonstrava nenhuma emoção... Talvez ele sentisse por ela (e seria difícil não sentir) mas por mim só havia um tanto de secura... Senti muito aquele momento... Nossa, como senti... Tudo que eu queria era um abraço, não precisava nenhuma demonstração de afeto ou coisa parecida, afinal, já se vão quase 4 anos e um pedaço de nós se fez vida... Acabei por me conformar, ele não estava ali por mim, estava por ela, mesmo assim fiquei feliz... Ela também queria esse colo, esse abraço...

Nos últimos 5 minutos eu não suportei, fiz um comentário qualquer e ele me deu um abraço... Foi como se jorrasse uma tempestade dentro de mim... Era o homem que eu amava me deixando correr por entre os dedos... Não consegui chorar (hoje, quase uma semana depois, ainda não consigo... O que me causa um certo medo... Quando meu coração endurece é complicado me fazer sentir as coisas/sensações) e segui o rumo que a vida me ofereceu como fuga...

Quando vi essa imagem me lembrei do quanto o amei, do quanto de mim eu doei, de quantas vezes pedi desculpas mesmo tendo razão, de quantas vezes eu engoli seco pra poder ter um pouco do que ele tivesse pra me oferecer...

Hoje eu olhei pra minha nova casa e me peguei pensando "ele não vai gostar deste chuveiro", como se ele, algum dia, fosse usar esse chuveiro...

E olho pra minha filha e vejo os olhos dele... O mesmo brilho, a mesma ternura... 

Eu realmente não sei o que pensar, nem sei como olhar tudo isso, mas eu sinto e sinto muito ainda... 

Nos despedimos brigados e isso foi o que mais doeu em mim...

Uma história que tinha tudo pra ser bonita e...

Realmente a canção tem fundamento (Vim pensando nela durante toda a viagem... Como parece a nossa história... Só que sem o final feliz):


Eduardo e Mônica
Legião Urbana


Quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?

Eduardo abriu os olhos, mas não quis se levantar
Ficou deitado e viu que horas eram
Enquanto Mônica tomava um conhaque
No outro canto da cidade, como eles disseram

Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer
E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer
Um carinha do cursinho do Eduardo que disse
"Tem uma festa legal, e a gente quer se divertir"

Festa estranha, com gente esquisita
"Eu não tô legal, não aguento mais birita"
E a Mônica riu, e quis saber um pouco mais
Sobre o boyzinho que tentava impressionar
E o Eduardo, meio tonto, só pensava em ir pra casa
"É quase duas, eu vou me ferrar"

Eduardo e Mônica trocaram telefone
Depois telefonaram e decidiram se encontrar
O Eduardo sugeriu uma lanchonete
Mas a Mônica queria ver o filme do Godard

Se encontraram, então, no parque da cidade
A Mônica de moto e o Eduardo de camelo
O Eduardo achou estranho e melhor não comentar
Mas a menina tinha tinta no cabelo

Eduardo e Mônica eram nada parecidos
Ela era de Leão e ele tinha dezesseis
Ela fazia Medicina e falava alemão
E ele ainda nas aulinhas de inglês

Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus
Van Gogh e dos Mutantes, de Caetano e de Rimbaud
E o Eduardo gostava de novela
E jogava futebol-de-botão com seu avô

Ela falava coisas sobre o Planalto Central
Também magia e meditação
E o Eduardo ainda tava no esquema
Escola, cinema, clube, televisão

E mesmo com tudo diferente, veio mesmo, de repente
Uma vontade de se ver
E os dois se encontravam todo dia
E a vontade crescia, como tinha de ser

Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia
Teatro, artesanato, e foram viajar
A Mônica explicava pro Eduardo
Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar

Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo crescer
E decidiu trabalhar (não!)
E ela se formou no mesmo mês
Que ele passou no vestibular

E os dois comemoraram juntos
E também brigaram juntos muitas vezes depois
E todo mundo diz que ele completa ela
E vice-versa, que nem feijão com arroz

Construíram uma casa há uns dois anos atrás
Mais ou menos quando os gêmeos vieram
Batalharam grana, seguraram legal
A barra mais pesada que tiveram

Eduardo e Mônica voltaram pra Brasília
E a nossa amizade dá saudade no verão
Só que nessas férias, não vão viajar
Porque o filhinho do Eduardo tá de recuperação

E quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?


(Não me odeie, eu te amo...)

“Oh sim, eu estou tão cansada”...

...Que acabei tendo um sonho estranho...

No sonho, minha porção “Nativa” me subia pelas veias e, eu me via flertando com um ex professor do ensino médio (ixi, faz tempo viu rsrs)... De repente, por conta do sonho, eu acordei me sentindo viva... Uma sensação boa que há tempos não sentia...

É sabido aqui que eu encerrei minha “carreira solo com participações especiais”, que eu não pretendo mais ter um “novo relacionamento”, sequer me permito pensar mais nisso... Já tive minha cota de “desventuras em série”, mas o sonho me fez sentir diferente, como se eu percebesse que ainda existe uma mulher vibrando dentro de mim (eu digo sempre: que Deus me proteja desta porção Nativa, pois “ela” rompe com meu projeto de “Vida pacata S.A.”)...

Sim, eu conheço bem as sensações que “o sonho” despertou em mim e sei o quanto elas me moviam... Era vital demais...

Me peguei pensando... É, eu até gostaria de viver aquela sensação deliciosa que a paixão provoca na gente, com tudo saltitando, com borboletas na barriga e etc, mas não, eu não pago esse preço mais...

Seja lá como for meu coração está congelado, pior do que no período de 2009 ao começo de 2010 (onde eu pedia pra sentir qualquer coisa, pois não sentia mais nada) e eu não tenho nenhuma pretensão de que seja diferente...

Mas a sensação foi gostosa, isso eu não posso negar...


Nativa querida, volte a dormir...

Eu também não me arrependo...



Nós estamos sentadas, almoçando, quando minha filha casualmente menciona que ela e seu marido estão pensando em “começar uma família”.

 Nós estamos fazendo uma pesquisa — ela diz, meio de brincadeira. — Você acha que eu deveria ter um bebê?

— Vai mudar a sua vida — eu digo, cuidadosamente, mantendo meu tom neutro.

— Eu sei — ela diz. — Nada de dormir até tarde nos finais de semana, nada de férias espontâneas…

Mas não foi nada disso que eu quis dizer. Eu olho para a minha filha tentando decidir o que dizer a ela. Eu quero que ela saiba o que ela nunca vai aprender no curso de casais grávidos. Eu quero lhe dizer que as feridas físicas de dar à luz irão se curar, mas que tornar-se mãe deixará uma ferida emocional tão exposta que ela estará para sempre vulnerável.

Eu penso em alertá-la que ela nunca mais vai ler um jornal sem se perguntar: “E se tivesse sido o MEU filho?”; que cada acidente de avião, cada incêndio irá lhe assombrar; que quando ela vir fotos de crianças morrendo de fome, ela se perguntará se algo poderia ser pior do que ver seu filho morrer.

Olho para suas unhas com a manicure impecável, seu terno estiloso e penso que não importa o quão sofisticada ela seja, tornar-se mãe irá reduzi-la ao nível primitivo da ursa que protege seu filhote; que um grito urgente de “Mãe!” fará com que ela derrube um suflê na sua melhor louça sem hesitar nem por um instante.

Eu sinto que deveria avisá-la que não importa quantos anos investiu em sua carreira, ela será arrancada dos trilhos profissionais pela maternidade. Ela pode conseguir uma escolinha, mas um belo dia entrará numa importante reunião de negócios e pensará no cheiro do seu bebê. Ela vai ter que usar cada milímetro de sua disciplina para evitar sair correndo para casa, apenas para ter certeza de que o seu bebê está bem.

Eu quero que a minha filha saiba que decisões do dia a dia não mais serão rotina; que a decisão de um menino de 5 anos de ir ao banheiro masculino, ao invés do feminino, no McDonald's, se tornará um enorme dilema; que ali mesmo, em meio às bandejas barulhentas e crianças gritando, questões de independência e gênero serão pensadas contra a possibilidade de que um molestador de crianças possa estar observando no banheiro.

Não importa o quão assertiva ela seja no escritório, se questionará constantemente como mãe.

Olhando para minha atraente filha, eu quero assegurá-la de que o peso da gravidez ela perderá eventualmente, mas que jamais se sentirá a mesma sobre si mesma; que a vida dela, hoje tão importante, será de menor valor quando ela tiver um filho; que ela a daria num segundo para salvar sua cria — mas que também começará a desejar mais anos de vida, não para realizar seus próprios sonhos, mas para ver seus filhos realizarem os deles.

Eu quero que ela saiba que a cicatriz de uma cesárea ou estrias, se tornarão medalhas de honra.

O relacionamento de minha filha com seu marido irá mudar, mas não da forma como ela pensa. Eu queria que ela entendesse o quanto mais se pode amar um homem que tem cuidado ao passar pomadinhas num bebê ou que nunca hesita em brincar com seu filho. Eu acho que ela deveria saber que ela se apaixonará por ele novamente por razões que hoje ela acharia nada românticas.

Eu gostaria que minha filha pudesse perceber a conexão que ela sentirá com as mulheres que, através da história, tentaram acabar com as guerras, o preconceito e com os motoristas bêbados.

Eu espero que ela possa entender por que eu posso pensar racionalmente sobre a maioria das coisas, mas que me torno temporariamente insana quando discuto a ameaça da guerra nuclear para o futuro dos meus filhos.

Eu quero descrever para minha filha a enorme emoção de ver seu filho aprender a andar de bicicleta.

Quero mostrar a ela a gargalhada gostosa de um bebê que está tocando o pelo macio de um cachorro ou gato pela primeira vez. Quero que ela prove a alegria que, de tão real, chega a doer.

O olhar de estranheza da minha filha me faz perceber que tenho lágrimas nos olhos.

— Você jamais se arrependerá — digo finalmente. Então estico minha mão sobre a mesa, aperto-lhe a mão e faço uma prece silenciosa por ela e por mim e por todas as mulheres meramente mortais que encontraram em seu caminho esse que é o mais maravilhoso dos chamados; esse presente abençoado de Deus, que é ser mãe.


Autor Desconhecido

Via: Saúde da Mulher

segunda-feira, 24 de março de 2014

E a hora de ir embora chegou...

Quanta coisa tive que deixar pra trás...

Hoje meu coração apertou...

A vida é nova, o lugar é novo... Mas o ser é antigo...

Vida que segue...

Volto em breve para atualizar as informações...

Agora eu posso cantar "ai que saudade eu tenho da Bahia"...

(E de você)

domingo, 23 de março de 2014

Uma análise que também já fiz... Abre-se mão muito fácil daquilo que, outrora, chamaram de amor.. Ótimo texto...

"Amor Líquido"

A tese de Bauman em seu livro "Amor Líquido" é que vivemos em um mundo onde as relações escorrem, elas não são solidas, duráveis. O amor, nesse mundo por ele retratado é, portanto, amor líquido. Para ele estamos na era do Homo consumens em que os bens e as relações são usáveis e descartáveis a fim de abrir espaço para outros bens e usos.

O homem moderno busca o outro pelo horror à solidão, mas a fragilidade das relações humanas é tanta que escorrem como água e procura-se manter este outro a uma distância que permita o exercício da liberdade e do descarte quando for conveniente.

Afirma Bauman: a mesma pessoa que no dia anterior disse “eu te amo – levanta-se da cama e exclama: acabou!

Como entender tal mistério? Como sobreviver depois deste salto? Ou seja a pessoa foi transportada do céu ao inferno em uma noite. O amor, dirá Bauman, “pode ser, e frequentemente é, tão atemorizante quanto a morte. [...] Assim, a tentação de apaixonar-se é grande e poderosa, mas também o é a atração de escapar.”

Nunca houve tanta liberdade na escolha de parceiros, nem tanta variedade de modelos de relacionamentos, e, no entanto, o medo de amar e a solidão é o grito da hora. Será que o amor virou terror?

Vive-se no desejo de se ligar, mas paradoxalmente é imprescindível cortar a dependência, deve-se amar, porém sem muitas expectativas, pois elas podem rapidamente transformar um bom namoro num sufoco, numa prisão. Vive-se acreditando que o próximo parceiro(a) será melhor. Com isto, se entra e sai de casos amorosos com a mesma naturalidade em que se troca de roupa no fim do dia.

A conclusão não pode ser outra: a solidão.

Para amenizá-la se apega a contatos virtuais que possibilita com maior facilidade o descarte e a falta de vínculos “a solidão por trás da porta fechada de um quarto com um telefone celular à mão pode parecer uma condição menos arriscada e mais segura do que compartilhar um terreno doméstico comum”, diz Bauman.

Crescem as redes de interatividade mundiais onde a intimidade pode sempre escapar do risco de um comprometimento, porque nada impede o desligar-se é onde se pode conectar e desconectar sem qualquer compromisso, promovendo relações fantasiosas superficiais protegidas pelo anonimato.

Para desconectar-se basta pressionar uma tecla; sem constrangimentos, pois não há o testemunho de lágrimas de lamúrias, nem se compartilha de prejuízos psíquicos.

Nas relações líquidas com seu formato relâmpago, não há tempo para o adiamento, para postergar a satisfação do desejo, nem para o seu amadurecimento. Desta forma é mais viável uma sucessão de encontros excitantes com momentos doces e leves que não sejam contaminados pelo ardor da paixão, do vinculo duradouro.

Os compromissos intensos e de longo prazo são uma armadilha a ser evitada. O compromisso fecha a porta para novas possibilidades (quem sabe, até melhores). Mantém-se então sempre a porta aberta.

Vive-se constantemente em expectativa de que o melhor está por vir e que há sempre algo melhor pelo que esperar desta forma as pessoas acabam desaprendendo o amor; tornam-se incapazes de amar.

A sensação de que se pode ser abandonado, substituído a qualquer momento, impede a entrega total – e, porque não se entrega totalmente, o amante parcial ou virtual vive na a constante sensação de que está vivendo um equívoco, ou que está esquecendo algo, deixando de experimentar alguma coisa. Isso faz com que o outro viva carregado de ansiedade.

Consideremos que o amor encontra seu significado não na posse das coisas prontas, completas e concluídas, mas no estímulo a participar da gênese dessas coisas. No amor cria-se o que vale a pena ser amado. Não existem pessoas prontas; mas se pode caminhar com elas rumo à maturidade sendo que neste caminhar as duas partes devem depositar suas pérolas.

O amor não é um caminho de pura satisfação, mas de transformação e realização. O amor não acontece na relação superficial, esporádica, virtual, meramente física, mas num relacionamento de proximidade que conduz à intimidade, em direção à profundidade do ser que ama.

É certo que nunca houve nem haverá receita universal para desfrutar dessa dádiva que é o AMOR, mas pode ser assertivo conviver com quem é prazeroso conversar!

Lourdes Andreto