Algumas vezes me pego meio que "viajando" nas histórias que ouço e vejo por aí...
Primeira situação:
Tava num ônibus lotado indo para o trabalho às 14 horas, um certo cansaço, uma leve apatia, um certo "torpor pós almoço" e, num sinal fechado, eis que uma cena me chamou atenção...
Um casal de hippies (destes que vendem pulseirinhas) estava meio que sentados nas mochilas... Ele cabisbaixo, ela observando-o, ela diz alguma coisa e leva a mão ao rosto dele e faz um carinho, ele pega a mão dela e dá um beijo e eles ficaram ali, sob o calor intenso do sol e a voracidade da "selva de pedra", simplesmente "se olhando"... Então o ônibus seguiu caminho e uma sensação de "Obrigada Senhor" me invadiu...
Por um momento eu pensei: Como uma vidraça de ônibus pode nos surpreender... Basta que tenhamos sensibilidade de ver e a vida se mostra... Ah, essa vida SURPREENDENTE...
Segunda situação:
Estava eu ali (como sempre, "viajando") vendo TV e uma personagem de um seriado qualquer disse: "Felicidade não é uma das minhas prioridades"... Caraca... Que coisas mais, mais, mais... "Sinistramente complexo-impactante-verdadeiramente-real"...
Preciso destacar aqui o quanto isso mexeu comigo (TPM, TPM, TPM... Kkkkk)...
Planejamos o futuro, o presente, o todo sempre baseados em desejos profissionais, desejos de muitas "aquisições", realizações... Casa própria, carro zero, férias no exterior, fim de semana na praia, filhos formados, amigos sorridentes e leais, sair por aí e ???? Ter, ter, ter, realizar e????
Me peguei lembrando de um tempo em que felicidade não era "prioridade" em minha vida, num tempo em que eu não sonhava ter um amor, vida pessoal satisfatória, mãos pra segurar as minhas... E sabe que me peguei meio frustrada? Não que eu não esteja bem com quem amo, mas pensei que trocar a tão sonhada "liberdade" por uma doce e gratificante prisão fosse me deixar mais "animada"... Não posso mentir aqui, e não o farei mesmo sabendo que terei que "explicar" o que estou escrevendo agora... Algumas vezes sinto um vazio grande, outras vezes chego a me frustrar com a capacidade com que as bobagens cotidianas chegam e se instalam "Tsunamicamente" na vida dos pares...
Fala sério... Qualquer coisa que você faz, diz, quiçá pense, acaba virando um "Monstro do Lago Ness" e tenta devorar aquilo que se batalhou tanto pra construir...
(Ah, me emocionei agora lembrando da cena do sinal...)
Algumas vezes o rosa é meio cinza, mesmo você caprichando na atmosfera de "te quero tanto bem"...
Fico pensando: O que seria do mês de novembro sem o rubro bailado dos "flamboyants"... O que seria do hoje sem o doce amargo do amanhã... O que seria do amor sem a paciência... O que seria de mim sem este blog, sem estas divagações, sem estas bobagens que me tomam, sem pipoca doce, bala de goma e suco de manga...
O que seria de mim sem esse vazio que não se preenche, sem a loucura da TPM... O que seria de mim se o Acre fosse meu lar agora...
Não sei... Mas... Vontade de saber eu tinha...
No fim, este texto ficou mais confuso do que eu mesma... "Só pra variar"... (rs)
E a vida vai seguindo, lépida, faceira e sem explicações... Com casais de hippies no sinal e mulheres que amam, embora não saibam "entender o amor"...
Abraços! (Enquanto dormes...)