Ano novo, coisas novas, atmosfera
modificada, faxina na alma e na carne e os tempos se renovam...
Sim, não sei mais quem sou...
Venho de um tempo remoto, de dias
idos e sofridos, de sorrisos e tristezas, de cicatrizes e belezas, tempo este
que, além de não mais tornar, foi ingrediente fundamental para este meu “ser”,
este meu “não saber”...
Quero crer que todo mundo seja
assim: “casa” em constante “reconstrução”...
Venho desaprendendo muitas coisas...
Me perdendo, achando, seguindo, deixando pra trás, escrevendo, apagando,
virando páginas, rasgando capítulos... Vivendo... Ando vivendo...
Construí-me sobre enorme porção
de areia e tudo aquilo que foi feito até aqui ruiu... Veio abaixo... Tornei-me
“pó” (restos de mim) e água (lágrimas que brotaram em meio aos “escombros”), e
descobri que é necessária a “reconstrução de mim” por meus próprios braços, por
meu próprio projeto... Eis que se faz urgente ser a “engenheira de mim”...
Audaciosa, podem dizer os de
“fora de mim”... Sonhadora, podem dizer os que me viram (e até contribuíram)
ruir... Mas é em mim que urge a vontade, a necessidade, o ímpeto de descobrir
quem sou... O que fui até aqui foi um amontoado de concessões, um tanto de “sim
senhor”, um apanhado de submissão (fruto da culpa), um quinhão de “nunca
desobedecer, sempre reverenciar”...
De repente o calendário muda e me
pego “em branco”... Como se só me restasse um livro sem grafia, a “caneta do
existir” e a responsabilidade de reconstruir um ser com os cacos que sobraram
de mim...
O que aproveitar? Por onde
começar? O que quero ser? Como me refazer sem esbarrar naquilo que me fez ruir?
Como “fazer novo” algo que sequer soube ser velho?
Respostas? Quem disse que as
tenho? Perguntas? Quem disse que importam? Não é “caminhando que se faz o
caminho”?
Eis que o caminho se abre a minha
frente... Eis que é chegada a hora de “ser”, de “refazer”, de “recriar”... Eis
que é chegada a hora de VIVER...
Sem bússola, sem mapas, sem rumo,
sem planos... Apenas de alma reforçada e clara... Com bases pautadas no Amor
Maior, este mesmo que me trouxe em Suas mãos até aqui...
Qual a próxima parada? O próximo
tijolo? Ainda não sei precisar mas a grande questão nem é essa... O amanhã não
me pertence e só posso responder por este “agora” que se faz eminente... Por
este dia que brilhou em minha janela... O resto são apenas suposições, ilusões
e conjecturas... E cá pra nós, é obra nova... Melhor construir devagar... Dar
atenção aos detalhes... O futuro? Deixemos por conta do “Mestre da Obra”... A
mim cabe apenas um tijolo por vez, e por hora, só me resta COMEÇAR...
Abraços...
(Vamos nos encontrando por
aqui... Quem sabe acompanhando “quadro a quadro” as mudanças, com a doce
possibilidade de reler as coisas idas e fazer o tão famoso “antes e depois”
desta obra maravilhosa que tem inicio aqui... O resto é cimento, areia e
tinta... Vamos nessa? Beijos queridos... Feliz recomeço para vocês também...)