segunda-feira, 29 de julho de 2013

Sobre vazios e “drops de hortelã”...


Estive pensando sobre mim e sobre as lacunas que trago na alma...

Certa feita alguém me disse: “Em breve esse vazio será preenchido por outras coisas”...

Engraçado pensar nisso... Como se um vazio especifico pudesse ser preenchido por uma coisa qualquer...

Não!

Como num quebra-cabeça, só existe uma peça especifica para cada espaço, uma parte exclusiva que, junto a outras, formam a cena completa...

Não adianta tentar que uma coisa ocupe o lugar de outra... Sempre haverá uma falha, uma lacuna, um espaço a ser preenchido...

Quando se ouve “certas verdades” mais uma peça da vida desaparece, mais um pedaço de si se destrói... Diluem-se as mais sutis esperanças... Geralmente as mais ternas delas...

“Não tenho o pé aqui, caso contrário não teria ido embora”... E com essa afirmativa vão-se partes doces de uma vida sem sentido... Saber nem sempre é duro como imaginar... É sempre pior... Como bem ilustrou o poeta na canção que dizia: “A vida realmente é diferente, quer dizer, ao vivo é muito pior” (Belchior)...

Não sei qual vazio me causa mais dor... Quiçá eu saiba a real dimensão dos abismos que me habitam... Difícil hoje seria dizer se alguma “peça” de minha existência é realmente significativa...

Há muito perdi a paleta de cores que me permitia desenhar “vaga-lumes por aí”...

O que eu espero do amanhã? Que hoje eu permaneça entre os vivos, entre os que respiram, que esse pequeno amontoado de caos um dia possa me permitir ver, em meus filhos, a cena completa...

Que sejam felizes aqueles de pés livres... Que sejam prósperos e que suas “cenas” possuam sempre todos os vazios preenchidos...

Amém!

E os drops de hortelã? Apenas parafraseando o Oswaldo e a Glória...

(05:02, 29.07.2013... “Para ‘W’. Ong Fu, com carinho”...)


(Obrigada pelas concessões, querida “Licença Poética”...)

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