sexta-feira, 12 de agosto de 2016

E o poeta que me resta dá-me a "Lua" por consolo...


Deixas em mim tanto de ti
(Pedro Abrunhosa)


A noite não tem braços

Que te impeçam de partir

Nas sombras do meu quarto

Há mil sonhos por cumprir


Não sei quanto tempo fomos

Nem sei se te trago em mim

Sei do vento onde te invento, assim


Não sei se luz da manhã

Nem sei o que resta em nós

Sei das ruas que corremos sós


Porque tu

Deixas em mim

Tanto de ti

Matam-me os dias

As mãos vazias de ti


A estrada ainda longa

Cem quilômetros de chão

Quando a espera não tem fim

Há distâncias sem perdão


Não sei quanto tempo fomos

Nem sei o que trago em mim

Sei do vento onde te invento, assim


Não sei se luz da manhã

Nem sei o que resta em nós

Sei das ruas que corremos sós


Porque tu

Deixas em mim

Tanto de ti

Matam-me os dias

As mãos vazias de ti


Navegas escondida

Perdes nas mãos o meu corpo

Beijas-me um sopro de vida

Como um barco abraça o porto


Porque tu

Deixas em mim

Tanto de ti

Matam-me os dias

As mãos vazias de ti


Deixas em mim

Tanto de ti

Matam-me os dias

As mãos vazias de ti

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