Hoje acordei (depois de passar a noite com minha filha com mais de 38º de febre) com uma tristeza que não consegui conter...
Coloquei as coisinhas dela na mochila, coração apertado por não poder simplesmente chutar o trabalho pra ficar com ela em casa abraçadinha até sarar, descemos a escada e ela começou a chorar, como se pedisse "Mamãe, fica comigo"... Fui chorando até a creche, deixei ela com um abraço apertado e o coração do tamanho de uma ervilha...
Chorei todo percurso até o trabalho...
Era um choro sofrido, um choro cansado, um choro de vergonha, de raiva, de desespero... Era a tormenta transbordando e escorrendo pelos olhos...
Cheguei no trabalho e me tranquei 20 minutos no banheiro e chorei, chorei, chorei até onde foi possível... Calada! Silenciosa! Como se tudo isso não coubesse mais em mim...
Tenho passado pelos dias mais difíceis de minha vida...
Nunca imaginei que seria assim, nem me preparei pra chegar nesse ponto...
Sei que Deus não escolhe os capacitados, capacita os escolhidos mas, algumas vezes, os "escolhidos" chegam a rastejar pra seguir em frente...
De repente é um misto de angústia, de doença (física mesmo), de raiva, até de nojo...
Como pode as pessoas fazerem certas coisas e não sentirem um pingo de dor na consciência?
Como pode as pessoas passarem tão "branda e cinicamente" pela vida?
Eu não consigo!
Estou aqui despedaçada de ver minhas filhas doentes, eu doente, sem dinheiro, sem perspectiva, lutando com unhas e dentes pra não desistir, pra não entregar os pontos...
Como que se lida com tudo isso sem se envergonhar, sem se prostrar, sem enlouquecer?
Eu posso dizer que sou forte, que a maternidade me mantém viva...
Mas até os tratores precisam de um período de descanso... Até as mentes mais sãs precisam de refazimento... Até os corpos mais fortes precisam de um pouco de inércia... Até o espírito mais "preparado" carece de um pouco de paz...
Hoje eu não consegui segurar... Não fui eu quem chorei, foram meus olhos que não conseguiram mais segurar...
Não quero mais falar!
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