Durante muitoooooosss anos da minha vida eu ouvia a música "November rain" e era como se uma cachoeira lavasse minhas chagas, o que eu não sabia era que ela faria tanto sentido na minha vida depois...
Desde 2013 que novembro virou meu momento de sensibilidade extrema... Sabe aquelas reflexões que, geralmente, se faz no mês do aniversário? Pois, o meu mudou de maio pra novembro...
Em 2013 minha filha nasceu e eu estava num turbilhão, não enxergava diante do nevoeiro e Deus me trouxe respostas... Minha filha Também era uma resposta, mas tudo que se fez em seguida ao seu nascimento foi como se Deus disesse "Eu dei a montanha, toma aqui teus EPI's"...
De lá pra cá eu vivi toda sorte de coisa... Lutei de formas inimagináveis os "bons combates"... Ah como eu lutei...
Hoje, Quase 11 anos depois (daqui a 2 dias chegamos a essa marca) eu me pego refletindo sobre tanta coisa...
Esse novembro já me revirou tanto... Acho que nunca chorei tanto quanto já chorei esse mês...
Fico me questionando sobre as responsabilidades, os sonhos partidos, as expectativas quebradas... O quanto os seres são capazes de nutrir sua falta de compromisso, de como as histórias se repetem e o quanto de decepção isso causa...
Como eu disse, Deus me armou pros primeiros combates e quando chegou o momento Ele disse "vai, busca tuas novas armas e luta! Se cair, Estarei aqui"...
Eu vim, assumi todas as reponsabilidades, das mínimas ao nivel hard... Não dormi, não tive o que quis, não me cuidei como deveria mas honrei a missão que recebi...
Hoje eu desabei quando passei um story do instagram e ouvi a música de Kel Smith "Era uma vez"...
Eu não entendo o motivo das pessoas não crescerem, e aqui digo em maturidade... Não entendo como as pessoas não entendem que as outras tem emoções... Não entendo como as pessoas são capazes de manter sua irresponsabilidade emocional, seu desrespeito com o mundo alheio...
Eu não sou a palmatória do mundo, muito longe disso, mas sempre tive em mim que é preciso cuidado ao lidar com outro ser... Que é preciso ser responsável com o que causamos na vida dos outros...
Eu não sei lidar com falta de compromisso, principalmente quando isso envolve outras pessoas...
Isso me corta em muitos pedaços...
Se eu comprar algo e disser que pago tal dia, até o compromisso ser finalizado, eu me esforço, eu me viro, eu me preocupo... Eu cumpro!
Se eu disser que estou com você, eu estarei...
Tenho muito pouca gente em minha vida justamente por isso... Eu sei das minhas obrigações e do meu compromisso com a vida...
As vezes me pego pensando o que se passa na cabeça de quem faz o contrário... "Ah, que se dane, tô devendo mas vou pra praia"... "Ah, que se dane! A responsabilidade é minha mas se tem quem faça eu vou mais é ficar de boa" (e em alguns casos, ainda vou dizer uns desaforos pra ferir ainda mais aqueles que estão sobrecarregados com as minhas 'irresponsabilidades)... "Ah, que se dane! Quem quiser que se vire... Eu não sou obrigado a nada mesmo!"...
Sei lá... Eu não seria capaz... Não mesmo!
Eu sinto a dor das pessoas e seria a morte pra mim causar sofrimento involuntariamente a quem quer que seja... Até mesmo com os "irresponsáveis" que encontro por aí...
Outro dia eu li "Se numa 'sociedade' a coisa tá leve pra uma parte é pq a outra tá sobrecarregada"...
Algumas vezes eu me pego vendo as contas atrasando, a energia desligando, o ombro que não foi cuidado pelo ortopedista e ainda dói, o psiquiatra que não foi mais consultado, o endocrinologista esquecido, mesmo com uma doença autoimune corroendo tudo, a moto precisando de reparos, o óculos que não foi trocado, a doença que o oftalmo do filho mandou investigar e não deu, o aniversário do filho que não vai acontecer, o cansaço, o desgaste, o sumiço, a falta de afeto, de presença, a auto alienação e tudo mais... E eu penso: Justiça pode resolver, psicologo pode ajudar os pequeninos a entender...
Quando as coisas apertam a gente corta logo os superfluos... Como você fica quando o superfluo é você? Como explicar aos peqeninos que na linha de corte eles são os primeiros?
A música de Kel diz muito disso né?
De quantos arrependimentos é feita uma vida?
Mas vamos pra praia né mesmo? Quem sabe a água salgada lave todas essas coisas que deformam o ser...
Estou aqui escrevendo e chorando... Mas me lembrei de uma frase que me disseram e que diz muito do mundo...
"Ninguém nunca morreu por criar sozinho"... (Frase adaptada)
E é verdade isso... Ninguém "morre"... Alguém é quem mata!
E isso nem é sobre "Joelhos ralados"...
PS: Eu nem tô escrevendo com raiva, nem mágoa, essas coisas... É mais uma dor, mais por arrependimento, mas pra desabafar mesmo...
O estágio da raiva já passou, hoje o sentimento é de impotência diante do mundo... Hoje eu choro por que daqui a dois dias eu nem terei como cumprir minhas promessas... O que me dói é ver migalhas sendo jogadas diante de afetos partidos...
Não, eu já não tenho mais raiva do mundo... Eu tô lavando, muito lentamente a sujeira que o mundo jogou em mim... Hoje eu só quero mesmo cuspir esse lodo que ainda me circunda...
Eu não morri, disso temos certeza... E o mundo? Vai continuar matando, ferindo e sem compromisso...
Mas não é a terra o mundo de "expiações e provas"?
Ao menos isso eu aprendi! E você, dorme tranquilo diante dos seus compromissos?
Nem sou eu quem vive, é Deus quem vive em mim!
(Não tô conseguindo vencer novembro com serenidade, me perdoem, uma hora eu volto a sorrir...)
Nenhum comentário:
Postar um comentário