segunda-feira, 20 de agosto de 2012

700... Enfim...

Nos últimos 2 anos da minha vida tanta coisa aconteceu... Ai, ai...

Cortei alguns "cordões umbilicais" que me prendiam (sei, tenho só um umbigo mas este se partia em milhares..rs), tive que aprender a viver por mim (desde emocionalmente até financeiramente), descobri o amor (aquele que queima as bochechas... Ao menos em mim é assim, ops, foi), perdi minhas referências, descobri tanta coisa dentro de mim, fui visitada pela morte (coisa que nunca tinha passado antes), perdi quem amei, tive que lidar com tantas coisas, nascimentos, rejeição, tive que abrir mão de mim pra que outras pessoas pudessem ter conforto, e o pior de tudo, tive que voltar a solidão que gritava em minha alma antes de encontrar "o amor"...

Deve ser fácil pra todo mundo lidar com tudo isso sozinho, pra mim não foi, não é... Procurei ajuda e recebi (porque Deus não desampara suas ovelhas)... Muita coisa me foi dita, muita coisa eu aprendi no grito, melhor dizendo, no silêncio...

Não, a vida não está fácil aqui dentro de mim... Me vejo no meio de um turbilhão de pensamentos e fugindo deles em disparada... Não quero lembrar do passado, nem pensar no futuro... É doido entender isso, mas assim: Pensar no passado me mostra quanta coisa eu perdi, quanta coisa a vida me deu e me tirou, em como a vida me "puxou o tapete"... Cara, eu já tava acostumada a não ter coisas boas, porque me fazer passar pelo que passei e depois me mostrar que não poderia ter mais? Pra quê me mostrar coisas boas e depois me jogar de novo no calabouço de antes? E quanto a olhar pro futuro... Não consigo... Quando tento aparece a mensagem de "erro" em minha tela mental...

Não consigo entender por que todo mundo aprende e segue e eu fico aqui remoendo coisas... 

Este fim de semana eu fiquei arrumando a casa... Entrei em meu quarto, sentei em minha cama e... Uma "lembrança" me veio a mente... Tava tão frio e eu lembrei do calor que eu sentia ali... Quando eu entrava debaixo do edredom e queria pegar todos os outros cobertores da casa e ouvia: "Calma, daqui a pouco você para de sentir frio"... Eu esperava e passava... E lembrei que durmo a meses na sala, sentindo frio, com todos os cobertores da casa e só ouço o silêncio...

Se tem uma coisa que eu queria agora era o poder de apagar as coisas dentro de mim...

Eu fujo, juro que fujo das "memórias"... Quando as lágrimas resolveram cair no episódio citado ai em cima, eu levantei, fui arrumar as gavetas do guarda-roupa, tirar uns papéis e, de repente, encontro coisas de quem se foi... Achei melhor sair do quarto (outra vez)...

Sei que isso, como todo resto, vai passar, só que, enquanto não passa eu tenho que aprender a conviver com a ausência... Ausência essa que também deixará de ser sentida mas que por hora ainda corta aqui no peito como uma espada... 

Ando sentindo muita coisa em silêncio e isso tem mexido muito com meu estado de humor... 

Não sei bem como agir, além de fugir... Se é que algum dia eu soube algo além de fugir...

Nem escrever eu consigo, nem pensar eu me permito, é como se eu fosse anulando qualquer coisa que brotasse em mim...

Antes eu tinha sonhos: Casar e ter trigêmeos em 13 de junho de 2013, ter uma casa espaçosa, um amor que conseguisse vencer minha "casca grossa" (sei que existe uma pessoa bonita dentro de mim), ter um emprego bacana, ver as crianças correndo e rir abraçada com aquele que me "desvendasse e aceitasse como sou"... Sonhei tanto com isso... Agora... Não mais... Agora, a única vontade que sinto é de ir embora desta cidade, me distanciar fisicamente o máximo possível daqui, das pessoas, dos espaços, dos lugares, das sensações que esta cidade me traz...

Percebi que minha vida foi dividida em 3 grandes ciclos com uns pequenos espaços entre eles... Morei 11 anos na cidade que nasci, 11 anos na cidade seguinte, alguns meses pelo mundo, mais quase 9 anos já por aqui... Acho mesmo que está na hora de "levantar acampamento" e seguir rumo a outro "novo ciclo"... 

Sempre disse aqui (e em todos os lugares que andei) que o que me falta é também o que me sufoca... Preciso respirar um novo ar... Sentir outros medos... Outras dores que seja, mas "outros", não mais estes...

Me perdi demais... Não aprendi a lidar com perdas (será que alguém percebeu? rsrs)...

Existem sinais em mim que soam como alerta (como as bochechas dormentes quando fico com vergonha)... Quando me pego caminhando pelas ruas olhando pro chão e não pra frente, quando começo a "embruxescer" (cabelo palha, cara de boneco de vudu, entre outras coisas), quando coloco máscaras pra não parecer triste, quando a solidão me dói nos ossos... Quando não atendo o celular, quando tudo vira motivo de briga, quando respondo as coisas muito secamente... São sinais de que eu realmente preciso de colo... Que as coisas não vão bem em mim... A diferença de hoje para as outras vezes? Não consigo falar, demonstrar, pedir ajuda, nem gritar eu consigo, quiçá escrever (que é minha única válvula de escape)... 

É ruim, é insosso, é f*** isso... Meu consolo é saber que vai passar, que eu vou aprender alguma lição com isso e que, um dia eu até vou rir disso tudo (não consigo rir com Deny hoje das merdas que fizemos, da dor que senti e de como eu achava que não sobreviveria? kkkkk)... "Como todo resto isso passará", essa é minha filosofia de vida neste momento (Tá bom, umas bofetadas na cara também ajudariam a raiva a sair de mim mas não bato em mulher... kkkkkk)...

A vantagem de "conhecer a verdade" é que ela sempre nos libertará...

Estou indo bem no caminho da superação:


"De acordo com Elisabeth Klüber-Ross, perante uma catástrofe iminente, passamos por cinco fases diferentes:
Negação – a situação não é levada a sério. A dimensão do sofrimento é tal que afastamos totalmente esse cenário;

Raiva – quando finalmente tomamos consciência da situação, cresce em nós um sentimento de injustiça ("eu não mereço isto!") que provoca uma fúria que dispara em todas as direções e sentidos;

Negociação – perante a evidência de que a raiva não é solução, o instinto de sobrevivência orienta-nos para uma estratégia em que oferecemos (tudo) o que estiver ao nosso alcance para obter mais algum tempo ou condescendência de quem supostamente tem o poder (o agressor, Deus, ou o destino, para quem acreditar nestes últimos);

Depressão – falhada a negociação, entramos num estado de prostração marcada que se caracteriza pela perda de energia e de interesse por atividades habitualmente percepcionadas como agradáveis;

Aceitação  compreendemos finalmente que não há nada a fazer, encarando com resignação o que nos está reservado."


Daqui a um tempo já serão outras palavras, outros sentimentos, se Deus permitir, outro lugar (outro estado), outros 700, 600, 500, 400................

Não foi uma reflexão como eu gostaria mas foi o que deu pra fazer...

Sou forte, só estou passando por um momento de baixa, de reforma e, como toda obra que se preze, é preciso mesmo destruir tudo pra reconstruir...

Um dia eu conseguirei olhar pra trás sem dor, sem culpa, e entender o que a vida queria me provar com isso... 

Sei que vou chorar, assim como sei que vou sorrir... Tudo isso também não me ajuda a ser quem sou? Só estou tentando me refazer... 

Quando não se sabe o gosto de coisas boas e se tem uma "pequena prova" é difícil continuar sem...

Que Deus abençoe todos que sentem como eu, que eu possa juntar meus cacos e me refazer... Num já caí milhares de vezes e ainda estou aqui? Pois é, pode demorar mas as coisas vão acabar "tomando assento"... É a lei natural da vida...

Abraços e obrigada pela oportunidade de escrever 700 bobagens, 700 sentimentos, 700 desilusões e voltar aqui e ler 700 coisas sobre mim, ditas pra mim e por mim...

700 vezes viva, salves e "ypi ypi uhaaas"... 

(6 anos de mim nestes 700 pedacinhos... Taí, uma coisa que fiz e da qual me orgulho, este bloguinho...  Seis anos de blogueira, 6  anos de mim registrados em um meio público de visitação... Nem me dei conta disso... Preciso escrever mais, como no começo eu fazia... Agora sem internet em casa fica mais complicado, mas vou fazendo o que dá... Voltarei a este espaço como era antes... Adiei demais isso... Não é o blog que precisa de mim, sou eu que preciso dele... Agradeço a você "bloguinho querido verdinho" por nunca desistir de mim, mesmo com minhas neuras, meu jeito absurdo de ser, mesmo eu tendo tão pouco a oferecer... Mesmo sabendo que existem 100 postagens nos seus rascunhos kkkkk... Mesmo sabendo que eu TALVEZ nunca tenha conserto... Obrigada por deixar que eu venha aqui e despeje tudo que vem em mim, de bobagens a coisas densas... Sou mais eu aqui do que em qualquer outro lugar... Se possível fosse te daria um abraço beeeeeeeemmmm grande agora... Obrigada por me "ouvir" nestes dias tão adversos e dolorosos que venho vivendo... Muito de mim é porque você existe assim como você é muito de mim... Parabéns a nós 2 que conseguimos "estar juntos" por tanto tempo... Que venham mais milhares de posts e de anos juntos... Já que não posso dizer mais a ninguém isso digo a você: TE AMO! Até breve, até sempre meu amigo...)

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