quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Como esquecer um amor? (Seguindo a linha dos "desabafos")


Como esquecer um amor? 

Tenho me feito esta pergunta com uma frequência absurda nos últimos meses...

Parei de ouvir "certas músicas", não durmo mais em minha cama a meses, quando sinto que vou pirar pego minha moto e saio por aí... Ouço músicas no volume máximo e canto... Deixei de comer as mesmas comidas e até me afastei das "mesmas pessoas"... (Se soubesse que comer jiló ajudava comeria dúzias)

Não, não é fácil apagar um amor...

Acordo e tenho que fugir incessantemente das recordações... Não é nada físico, não são as paredes, as coisas, os caminhos, as pessoas... Foram as sensações que se enraizaram em mim...

Sinto falta do calor que me envolvia no abraço, da sensação de proteção que isso me trazia... Do cheiro de banho tomado que me fazia sentir a segurança na entrega, da ausência de medo/vergonha/pudor... Da falta de silêncio em casa, da sensação que ele estaria ali pra sempre... De ver em seus "olhinhos" algo que nunca ví por aí...

Abro meu email e tem lá uma pasta com o nome dele (já renomeei mas sei que são coisas dele), fotos no computador (até no celular achei uma outro dia... Foi um susto)...

Já tentei apagar o rastro dele em mim (e olha que tenho feito isso como polícia de choque) mas volta e meia me pego com uma lembrança caindo em meu colo...

Como apagar um amor? eu me pergunto...

Tenho mudado um "tandi coisa" em minha vida, porque não consigo mudar isso?

Não espero mais que ele volte, não me permito sequer imaginar nada deste tipo... Me digo toda vez que insisto em "pensar nele" (como se fosse voluntário): Ele não pensa mais em você, entenda isso "pelamordiDeus"... Mesmo assim, vez ou outra, me pego pensando...

Hoje, ao assistir um filme (destes que te fazem desabar a chorar) algumas coisas me surgiram na mente, a principal delas foi a pergunta: Como apagar um amor?

Alguns meses se passaram, a pessoa já reconstruiu sua vida a séculos e eu aqui "sentindo" e me sentindo impotente por não saber como apagar tudo isso...

É uma sensação terrível não poder arrancar de você um sentimento que tinha tudo pra ser bom e não é... É como se você sofresse de uma paralisia que te impedisse de pegar um copo d'água quando tem sede...

Alguns dias são nostálgicos mesmo você fazendo o impossível para mudar seu pensamento para coisas mais "amenas" (Protocolo de Quioto, por exemplo)...

Não, não é fácil... Se for pra você, por favor, me ensina... Eu realmente preciso aprender... Beira o ridículo sentir o que sinto diante da situação que vivo...

Preciso fugir de novo? Será que ajuda? Seria essa solução?

Muita gente chegou e partiu em minha vida, porque desta vez está assim?

Nunca se sabe de fato como atingimos alguém, como podemos ser para alguém, o que somos capazes de representar na vida de outro ser... Isso só reforça meu pensamento, minha teoria de que devemos ter muito cuidado ao nos candidatarmos a habitar o coração de alguém... Nunca se sabe o tamanho do estrago que podemos deixar ao partir...

Essa semana ouvi uma história que, em suma, dizia: Um capitão do exército foi ao Haiti tentar manter a paz por lá, daí veio o terremoto, destruiu tudo, e ele, que tinha ido pra lá para uma guerra, se viu de frente a um lugar destruído e sua missão passou a ser ajudar a reconstruir o país... Me sinto assim... antes lutava pra ter paz, daí veio um terremoto, me destruiu e, hoje, minha missão passou a ser a de me reconstruir...

Escrevi (no tal texto ácido que não postei) que nunca me vi tão quebrada, partida em pedaços tão minúsculos... Tão "em cacos"...

Nunca soube bem lidar com minhas emoções, sequer as soube sentir, mas tudo também passou... Pena "isso" esteja custando tanto a passar...

(Porque "isso" insiste em pulsar em mim????)

Tenho certeza que vou fugir mais uma vez (fato), talvez de uma forma um tanto quanto radical... Mas é preciso... Assim como "navegar"...

Continuarei lutando para apagar "isso" de mim... Continuarei pensando em "asas de borboletas corcundas do Uzbequistão" quando as "lembranças" insistirem em surgir... Continuarei lutando bravamente contra "isso"... Juntando os "caquinhos de mim" e me reconstruindo...

E ainda na maré cinematográfica fica a frase:

"Os anos ensinam coisas que os dias nunca saberão" (do filme "De encontro com o amor")...

Passinhos de bebê... Um dia de cada vez... E todas as demais filosofias de "vai passar"...

E que o vento do esquecimento sopre sobre mim e acabe/dizime/estirpe/ampute "isso" de mim...

Que meu "Haiti" se reerga e eu siga em frente... De malas prontas já estou... Que os anjos digam "Amém"...

(Essa menina anda nostálgica... Coisa de quem passa o novo Mertiolate mas preferia o antigo, que ardia, mas sarava rapidinho... Ah, ela quer ir embora deste lugar e ir viver "Nalgum lugar onde eu nunca estive... Alegremente além"...)

*13.08.2012

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