É, estive pensando sobre mim...
Depois de um choro convulsivo (e
uma boa dose de desespero), resolvi escrever sobre as observações que fiz a meu
respeito e que tanto adiei em dar materialidade, em dar palavras aos
pensamentos...
Gostei de pouca gente e tive
minha vida estilhaçada logo cedo (quem já leu esse blog já conhece o meu “filme
triste”), e, depois de ir, aos poucos, “lambendo minhas feridas”, fui
aprendendo a esperar “alguma coisa da vida”... Em determinados momentos eu até
acreditei que seria mesmo possível “crer e receber”... Menina tola essa “eu”...
Meu terceiro relacionamento (e o
mais duradouro deles) foi tumultuado, conturbado, mas eu acreditava que ia ser
“pra sempre”, afinal, até ali, eu só tinha uma bela coleção de feridas não
cicatrizadas... Após enfrentarmos tanta coisa juntos, até acidente de carro,
ele resolveu partir e me deixar pra trás... Fui estudar fora por 2 anos e, no
dia da minha formatura, ele disse que me amava, que se arrependeu e que queria
“voltar pra casa”... Foi como se o sol se abrisse no meio da tempestade... Pediu-me
um mês pra resolver suas “pendências” (terminar uma relação que tinha) e,
enfim, voltar pra mim... Passaram-se 2 meses e ele “apareceu”, nem precisou me
dizer boa noite, minha intuição falou por mim: “Ela tá grávida não tá?” “Sim,
está”... E eu tive novamente que me acostumar que “felicidade não era pra
mim”... ele optou em ficar com ela, em cumprir os protocolos, e, 7 meses depois
ele foi embora... Pedi a Deus que me tirasse dali e ele assim o fez... Passei
no vestibular e vim embora pra uma cidade distante... Era minha chance de
recomeçar...
Seguiram-se 6 longos anos de uma
promessa que me fiz de “nunca mais” deixar meu coração sentir, de nunca mais me
permitir machucar... Até que um dia...
Foi o meu quarto relacionamento,
foi o mais perto de felicidade que eu cheguei... Mas (sempre tem um “mas”), ele
também resolveu partir... Nunca sofri tanto em minha vida, nunca algo doeu
tanto... Volta e meia ele “aparecia” e a vida me dava uma trégua, e eu
acreditava que “podia acontecer”... Mas nunca aconteceu... Ele nunca voltou...
Brigamos feio, ele me ignorou por um tempo, e eu, iludida que sou, acreditei
que tinha esquecido, que tinha morrido em mim... Até que um dia “de repente”,
eu lancei um suspiro “por aqui”, ele atendeu e vivemos uma noite de amor como
nunca tivemos antes... E aí a situação se inverteu...
Desta vez a “grávida” da história
fui eu, e o que aconteceu depois? Como da outra vez, em que escolheram
“seguir”, a situação se repetiu... Mesmo quando a posição se inverteu eu fui
deixada pra trás...
Acho mesmo que não existe
compensação pra mim nesta existência...
Um dia destes recebi um sms que
dizia algo assim: “Esqueça as coisas boas e guarde as ruins, já que é assim que
você gosta de viver”... Gostar? Eu tenho opção? Alguma vez já tive? Até quando
sou o “lado mais fraco”, só me sobram as coisas ruins... O desaforo, a
grosseria, o silêncio, a solidão, o ter que lidar com toda fragilidade que o
momento traz incrustado em si... Sobrou-me alguma escolha em algum
momento desta existência? Acho que não... Poderia sim ficar vivendo das
lembranças dos “bons momentos”, mas alguém já se colocou na minha posição pra
TENTAR entender que não é possível? Ah tá, me desculpem mortais, minha
imortalidade é muito limitada...
Ontem eu não consegui ficar
bem... Ontem, quando meu peito beirou o sufocamento, eu quis gritar por ajuda
(e sempre faço parecer que é uma “coisa tosca”) e quando o fiz recebi de volta
um soco no estômago... Chorei... Chorei muito... Chorei até doer os olhos...
Até minha alma sangrar de tanto doer...
Há uns dias eu escrevi aqui que
era “a mesma situação, só que piorada”, e será que alguém duvida mesmo que
seja?
Preciso me livrar de tudo isso...
Preciso arrancar isso de mim... Deve ter um limite para essas coisas
descabidas... Eu devo ter um limite...
Esperar o que? Acreditar em que?
Ter fé que vai acontecer o que? Um milagre?
Fabrine, quem se vai o faz por
não querer ficar...
Quem fica deve entender isso de
uma vez por todas... Você deve entender isso Fabrine...
Você superou uma vez, certamente
o fará de novo...
Que Deus lhe permita ir embora
daqui, como o fez da outra vez... Só que desta vez seu coração vai chumbado com
concreto... Ninguém mais entra nele... NINGUÉM...
Tudo na vida tem um limite... Você
deve estabelecer o seu também...
Chega de acreditar que amar é
possível... NÃO É!
Concentre-se em quem realmente
pode querer esse “amor” que existe em você... Sua filhinha... Sua pequena
Bel...
Chega de alimentar o lobo que
tanto te fere...
Todas as vezes que houve a
possibilidade de alguém escolher entre te machucar ou a outra pessoa (qualquer ser
vivo que fosse), você sempre foi a premiada... (Claro, “é assim que você GOSTA
de viver”...)
Você precisa ir embora daqui...
De perto desse circo que só te faz sofrer...
De uma vez por todas Fabrine,
nada disso é pra você... Entenda...
Olhe pra você menina... Pare de
se auto-flagelar... Não vale a pena...
Você acha mesmo que isso é amor?
Você acredita mesmo em qualquer “final feliz” que lhes envolva? Pelo amor de
Deus pare de se machucar... Não cabe mais em seu peito tanta dor... Extirpe
isso de uma vez por todas...
Chega uma hora que é preciso ter,
no mínino, uma pequena dose de instinto de sobrevivência...
(Viu aí Juan, você me decifrou
nas primeiras frases... INFELIZMENTE é isso mesmo que eu sou: Emoção... E como
dói ser assim menino... Como dói... Sinto-me como o “Maurício”, do Renato Russo...)
Que Deus me dê força pra
resistir...
Permita Senhor, permita...
(Triste, muito triste...
“Perdendo os dentes”...)
(Lembrando que neste texto, qualquer semelhança com a ficção é mera realidade...)
(Ah, não esquecer que o Blog me
pertence, que esse desabafo me pertence e que a sua opinião não altera os
fatos... Portanto: Edite-se, publique-se e cumpra-se...)
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