E tava eu ali, sentada, passando o tempo vendo novela e, diante do quadro de um transplante de coração do pai, uma criança pergunta ao tio: "E no coração novo do papai vai ter lugar pra mim?" Isso me fez refletir sobre meu próprio coração...
Será que eu conseguiria apagar minha memória afetiva apenas "trocando de coração"?
Será que os que o habitam sairiam junto?
O coração devia nos consultar antes de permitir que alguém, em si, fizesse morada...
No coração é tudo tão "eterno"... Tão "tatuado"... Irremovível... (Pausa pra chorar um pouco...) (Pra chorar um muito...)
Eu não queria ter coração... Posso trocar por um rim? Um pulmão?
Pedi tanto pra meu coração ter cuidado... Se não com ele, ao menos comigo...
Mas como alguém tão bem me disse: O coração é o "Governador" da "Máquina humana"... Ele não pergunta, não faz voltas... Ele manda... "Governa"... Somos apenas seus súditos... Escravos de sua intemperança...
Amar seria tão bonito se os corações só agissem em reciprocidade... Se um coração amasse apenas um coração que correspondesse sua oferta...
E se o meu parasse e fosse possível trocar por um coração "em branco", será que eu deixaria que o habitassem?
Pra mim o amor foi dolorido... (Pausa para um soluço... Para lembranças que eu estou sufocando com muita força... Toda força que tenho...)
Infelizmente meu coração foi terra fértil... Enraizou sentimentos que nem o "glifosato" conseguiu arrancar...
(Ouvindo e, infelizmente, concordando com a Sandy na sua canção "Morada"... Como???)
O jeito é concretar as paredes deste que chamam de "coração" e acabar com todo seu fulgor metafórico... Já que não posso trocá-lo por um novinho... Um que não tenha memória, lembranças e não queime como esse que hoje "pulsa involuntário" em meu peito...
(Ao menos eu consegui chorar...)
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