Sempre fui uma pessoa que se sentia menos "gente" do que toda "gente"...
Eu sentia diferente, eu pensava diferente, eu vivia diferente e com isso eu nunca fui "adequada" embora sempre buscasse "me adequar"... Tipo "ajustar pra caber"...
Eu vivia em conflito interior por não saber explicar a minha "diferença"...
Algumas pessoas tentantavam acessar meus sentimentos, como se, entendendo o que eu tivesse vivido, poderiam me entender... (Tolice)
Eu sabia que eu não era igual, não era padrão, que eu não cabia na roupa de toda "gente"...
Sempre tive ferramentas que me protegiam, meu cerebro tinha extremos muito fáceis de identificar mas que não era compreensível para as pessoas...
Eu não guardava mágoa, eu não fazia mal, eu sofria sozinha, eu não me vingava... Eu esquecia... Esquecia fatos, lugares, pessoas, sentimentos ruins (e os bons também)... Era como se eu "resetasse" por não conseguir guardar...
Nunca foi fácil me fazer entender, nem fazer as pessoas aceitarem meus sentimentos... Sempre parecia que eu transbordava enquanto os outros eram apenas gotas... Não sabiam o quanto eu queria ver sorrir, progredir, o quanto eu queria abraçar e acolher (putz, comecei a chorar, que raiva)... Nunca entenderam, nunca aceitaram e eu segui "esquecendo"...
Quando se é "divergente" não é fácil encontrar um espelho, nem encontrar "incondicionalidade" (se não existe essa palavra eu acabei de inventar)... Os "típicos" tem um grau raso de sentimentos, tudo tem que ter lógica, propósito, missão e eu NUNCA coube nesse conceito... Eu dizia: "Não sou deste mundo, não tem condições"... Eu queria só sentir pois eu era intensa demais e não sabia ser menos pra caber... Mas eu tentava... E sofria, me machuva, feria aquilo que eu achava mais bonito na minha divergência...
Enfim, eu sempre fui assim...
Ano passado essa divergência foi batizada e pareceu que me deram uma borracha mágica que apagou tanta culpa que eu sentia por não ser como queriam que eu fosse... Ai ai... Foi libertador...
Ah, e o que foi que tu descobriu Cabral? Sou TDAH, neurodivergente, desdopaminada (invento mesmo, se incomodar mude de canal rs)...
Descobrir que existem pessoas como eu, que não sou um Frankstein, foi um alívio tão grande! Mas isso é conversa pra outro dia pois a vida não mudou por aqui, ainda tenho que correr, levar filha na escola, trabalhar e dar conta do mundo inteirnho... Maaaaassss... Quando não dou conta eu me puno com menos veemência... (Mas ainda puno)
Hoje me encontro anestesiada de sentimentos e sensações... Justo eu que sentia demais... Mas depois da conversa com um médico (mais pra frente eu explico, e não, não era o psiquiatra, esse não me entende ainda kkkk) eu percebi o quanto eu não existo mais... Maaaassss, isso merece outra reflexão exclusiva...
Não sei se voltarei a sentir qualquer coisa algum dia mas a ideia é tentar, ao menos, entender o motivo de ter chegado nesse ponto...
Se quiser buscar entender-se junto comigo, vamos! Quem sabe o que eu descobrir te ajude e vice e versa...
Pra recomeçar tá bom né?
Inté! (eu acho)
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